quinta-feira, 3 de abril de 2008

Fairy Taile / Conto de Fadas CuRiOsIdAdEs


De origem celta, os contos de fadas são uma variação do conto popular ou fábula. Partilham com estes o facto de serem uma narrativa curta, transmitida oralmente, e onde o herói ou heroína tem de enfrentar grandes obstáculos antes de triunfar contra o mal. Caracteristicamente envolvem algum tipo de magia, metamorfose ou encantamento, e apesar do nome, animais falantes são muito mais comuns neles do que as fadas propriamente ditas.

Características dos contos de fadas
  • Podem contar ou não com a presença de fadas, mas fazem uso de magia e encantamentos;
  • Seu núcleo problemático é existencial (o herói ou a heroína busca a realização pessoal);
  • Os obstáculos ou provas constituem-se num verdadeiro ritual de iniciação para o herói ou heroína;
  • Sua origem é celta.

Morfologia dos contos de fadas

Em seu famoso estudo sobre o conto maravilhoso (no qual inclui os contos de fadas), V.I. Propp afirma que ele "atribui frequentemente acções iguais a personagens diferentes" (Propp, 1984, p. 25). Estas acções (mais adiante denominadas "funções") nos permitiriam estudar os personagens dos contos a partir das mesmas. Tendo isto em vista, Propp elabora quatro teses principais:

  1. "Os elementos constantes, permanentes, do conto maravilhoso são as funções dos personagens, independentemente da maneira pela qual eles as executam. Essas funções formam as partes constituintes básicas do conto."
  2. "O número de funções dos contos de magia conhecidos é limitado."
  3. "A sequência das funções é sempre idêntica."
  4. "Todos os contos de magia são mono típicos quanto à construção."

Contudo, as teses de Propp foram objecto de críticas, particularmente por parte do antropólogo Claude Lévi-Strauss. No ensaio "A estrutura e a forma" (publicado nesta mesma edição da obra de Propp), ele observa:


Vimos que o conto de fadas é uma narrativa explicitando funções, cujo número é limitado e cuja ordem de sucessão é constante. A diferença formal entre vários contos resulta da escolha, operada individualmente, entre as trinta e uma funções disponíveis e da eventual repetição de certas funções. Mas nada impede a realização de contos com a presença de fadas, sem que a narrativa obedeça à norma precedente; é o caso dos contos fabricados, dos quais podemos encontrar exemplos em Andersen, Brentano e Goethe. Inversamente, a norma pode ser respeitada apesar da ausência de fadas. O termo 'conto de fadas' é, pois, duplamente impróprio.

O significado oculto dos contos de fadas

Ao longo dos últimos 100 anos, os contos de fadas e seu significado oculto têm sido objecto da análise dos seguidores de diversas correntes da Psicologia. Cashdan (2000, p. 33), por exemplo, sugere que os contos seriam "psicodramas da infância" espelhando "lutas reais". Na visão de Cashdan (2000, p. 25), "embora o atractivo inicial de um conto de fada possa estar em sua capacidade de encantar e entreter, seu valor duradouro reside no poder de ajudar as crianças a lidar com os conflitos internos que elas enfrentam no processo de crescimento".

Cashdan (2000, p. 28) prossegue em sua análise sobre a vinculação entre os contos de fadas e os conflitos internos infantis:



O processo pelo qual as crianças podem utilizar os contos de fadas na resolução de seus próprios problemas é explicitado mais adiante (Cashdan, 2000, p. 31):

O modo pelo qual os contos de fada resolvem esses conflitos é oferecendo às crianças um palco onde elas podem representar seus conflitos interiores. As crianças, quando ouvem um conto de fada, projectam inconscientemente partes delas mesmas em vários personagens da história, usando-os como repositórios psicológicos para elementos contraditórios do eu.


Já os jungianos vêem nas personagens dos contos "figuras arque típicas", que, segundo Franz (1995, p. 18), "à primeira vista, não têm nada a ver com os seres comuns ou com os caracteres descritos pela Psicologia".

A jornada interior

Pelo seu núcleo problemático ser existencial, os contos de fadas podem também ser encarados como "uma jornada em quatro etapas, sendo cada etapa da jornada uma estação no caminho da auto descoberta" (Cashdan, 2000, p. 48):

  1. TRAVESSIA: "leva o herói ou heroína a uma terra diferente, marcada por acontecimentos mágicos e criaturas estranhas".
  2. ENCONTRO: "com uma presença diabólica –uma madrasta malévola, um ogro assassino, um mago ameaçador ou outra figura com características de feiticeiro".
  3. CONQUISTA: "o herói ou heroína mergulha numa luta de vida ou morte com a bruxa, que leva inevitavelmente à morte desta última".
  4. CELEBRAÇÃO: "um casamento de gala ou uma reunião de família, em que a vitória sobre a bruxa é enaltecida e todos vivem felizes para sempre".

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

1 comentário:

Anónimo disse...

Oi gostei mto do blog!!... queria saber como vc põe essas imagens... é q eu to fazendo um (q naum éh sobre fadas) e eu queria saber como enfeitar ... bjos !!